Capitulo 11.
Protestantes demoram a vir para o Brasil
Por volta do ano 1805
no século 19, em torno de trezentos anos depois do descobrimento do Brasil,
aportou na Bahia por quinze dias o ministro anglicano Henry Martyn, este, ia
para índia na qualidade de missionário, onde em menos de sete anos traduziu o
Novo Testamento e o Livro comum de oração para o hindustani, logo após este
veio a falecer com a idade de 31 anos, acometido de tuberculose.
Ao
chegar em Salvador Martyn ficou impressionado com a quantidade de cruzes
fazendo menção a esta observação em seu dicionário, “ Que missionário será
enviado para trazer o nome de Cristo a estas regiões ocidentais? Quando será
que esta linda terra se libertará da idolatria e do cristianismo espúrio? Há
cruzes em abundância, mas quando será levantada a doutrina da cruz?”
Antes
de Martyn desembarcar no Brasil, o trabalho evangelístico estava nas mãos dos
padres católicos romanos, com exceção de alguns poucos pastores franceses no
Rio de Janeiro, e de alguns outros pastores holandeses que existiam no Nordeste
brasileiro, por ocasião da ocupação holandesa que se deu no ano de 1630-1654.
Bem como alguns imigrantes suíços e alemães da fé evangélica vivendo no Brasil,
o marco histórico que data a chegada da primeira missão jesuíta (1549) e a
passagem de Henry por Salvador (1805) transcorreram 265 anos.
Como
se observa, a passagem do missionário Henry no Brasil é marcada por críticas e desafios
ao sistema religioso impregnando por meio de simbolismos sobre tudo o da cruz,
onde de via com muita frequência em igrejas, hospitais, escolas, casas etc.
Razão pela qual, o missionário criticava exaustivamente o comportamento cristão
no Brasil, apregoando e questionando quanto ao levantamento da doutrina da
cruz, este era o seu maior desafio.
Diante
da realidade que imperava no Brasil com relação às tentativas de trazer o
evangelismo feitos por Pero Vaz de Caminha, Henry Martyn existiram também
outros desafios missionários realizados em favor do Brasil, no qual não
lograram êxito. Henry morreu em 1812 antes de tomar ciência de que o século
dezenove seria marcado pelo evangelismo protestante de uma forma grandiosa, tal
como foi no século dezesseis com a emissão do evangelismo católico missionário,
onde estes passam 49 anos para atender ao apelo de Caminha e dos missionários
protestantes demoraram 50 anos para atender ao apelo de Martyn.
Neste
diapasão urge a seguinte pergunta, porque as missões evangélicas demoraram
tanto para chegar ao Brasil? Nada
explica melhor essa situação que a falta de visão missionária dos protestantes
da Europa e da América do Norte nos séculos anteriores, com exceção dos
morávios e dos holandeses radicados no Extremo Oriente.
Lutero
tinha 21 anos e estudava filosofia, quando começou a circular um panfleto de
quinze páginas escritas em latim seguidas pelo título Mundus Novus. Tendo, portanto, um número significativo de venda de
exemplares desta obra, atingindo a marca de 4 mil em doze edições.
Não
muito tempo depois, no ano seguinte, Lutero resolve abandonar o curso de
direito e se dedicar a vida de monge agostiniano, sua obra trouxe uma
significativa colaboração aos missionários da época, outra obra que se acredita
ter sido lida pelo próprio Lutero e Úlrico os futuros reformadores tenham lido uma
obra intitulada de “A descoberta” e as maravilhas do Brasil já que o Mudus
Novus contava a cerca de que a terra descoberta era povoada e seus habitantes
praticavam a antropofagia.
Capítulo
12. A Bíblia chega ao Brasil 40 anos antes dos missionários protestantes
Por volta do ano
1628, em Portugal, foi onde nasceu um dos mais influentes escritores e
tradutores da bíblia, João Ferreira de Almeida, que ainda muito jovem veio a se
converter em uma igreja reformada holandesa. Ainda muito jovem João quando
tinha 16 anos, fez a primeira tradução do Novo Testamento para o português,
utilizando-se da versão latina de Teodoro Beza (1519-1605) este era o
substituto de Calvino em Genebra.
A
entrada da Bíblia Sagrada no Brasil se deu de forma discreta em 1814, onde a
distribuição de exemplares desta obra era entregues nos navios que
desembarcavam dos países como Lisboa e portos ingleses em direção ao Brasil.
Quatro anos depois, a distribuição das Bíblias passaram a ser feitas por
agentes das duas sociedades bíblicas existentes na época, a Britânica e a
Americana, tendo como um dos principais disseminadores da distribuição da
Bíblia Sagrada na América Latina foi o pastor batista escocês JamesThimson
(1781-1854).
O
missionário metodista Daniel Parish (1815-1891) foi quem fixou no Brasil a
primeira correspondência da Sociedade Bíblica Americana, chegando até mesmo a
propor a Assembleia Legislativa Imperial situada em São Paulo, que o uso da
bíblia fosse aplicada nas escolas primárias, se comprometendo em doar uma dúzia
dos exemplares.
A
tradução de João Ferreira de Almeida ainda é até os dias de hoje a mais
utilizada pelos brasileiros e portugueses mesmo depois de varias edições e
revisões.
Capítulo
13. Constituição de 1824 proíbe os protestantes alemães de construir igrejas
com torre, sino e cruz
Em setembro de 1822
no dia da independência, foi o momento da história em que se verificou que o
Brasil deixou de ser um país cem por cento católicos, mesmo boa parte dos
cristãos não sendo praticantes das liturgias católicas, tendo, portanto, apenas
o batismo como forma de declaração católica.
Como
era de costume entre os escravos da época que atingiam um público de em torno
de 68,5%, bem como também s índios cristianizados. Pouco mais de um ano e meio,
desembarcou no Brasil cerca de trezentos alemães dos quais alguns ficaram no
Rio Grande do Sul e a maior parte seguiu para
o Rio de Janeiro acompanhados do pastor Friedrich Oswald Sauerbronn, que
tinha 52 anos. Este foi o primeiro ministro protestante residente no Brasil.
Os
alemães vieram para o Brasil dentre outros motivos para branquear a população
brasileira, por demais negras, para dificultar uma possível revolta dos
escravos. Por volta do ano de 1845 deu-se inicio a emigração alemã, mas só o
ano seguinte chegaram 1.749 colonos, segundo dados históricos o Brasil deve ter
recebido cerca de 300 mil imigrantes da língua alemã no século 19.
A
Constituição Federal de 1824, trouxe estabelecido que a religião católica
continuaria sendo a religião do império, sendo portanto permitido as demais
religiões os chamados cultos domésticos, sem que pudesse estas organizações
religiosas conter quaisquer elementos que as caracterizasse como um templo
religioso. Além de toda o impedimento legal com relação a abertura de templos e
limitações eclesiásticas protestantes, havia também o problema da falta de
preparo dos colonos, que apregoavam doutrinas que conflitava com os verdadeiros
ideais do cristianismo.
O
problema não era só entre os colonos, os católicos também tinha vergonha do
padre português Manoel Vieira da Conceição Braga, que não sabia se comunicar em
alemão e ainda tinha um comportamento escandaloso e fora do contexto da igreja.
No final do século 19, o Brasil tinha 18
milhões de habitantes, dos quais 600 mil eram alemães ou descendentes de
alemães. Menos da metade eram católicos e mais da metade eram protestantes,
sendo, portanto o grupo protestante mais nominal que existia no Brasil à época.
Capítulo
14. Missionários da língua inglesa espalham-se pelo Brasil
Os missionários que
vieram para o Brasil eram anglo-americanos por volta do século 19. Data a
história, que a movimentação missionária iniciou no Brasil no ano de 1855, com
os episcopais, os presbiterianos, os metodistas e os batistas. Este crescimento
missionário trouxe para o Brasil um vasto trabalho evangelístico, além disso,
houve a inegável luta pelo reconhecimento da liberdade religiosa que por fim
fez com que a Igreja Católica Romana passasse a respeitar esta diversidade.
É
bem certo que com essa nova forma de pregar a salvação pela graça, a viver pela
fé, trouxe resultados benéficos a vida do povo brasileiro, como até os dias de
hoje se pode perceber, muitos dos que foram tocados pela mensagem deixaram seus
velhos costumes como bebedices, analfabetismos, vícios, perturbações para
viverem em novidade de vida.
O
que não se pode negar, é que alguns missionários cometeram erros drásticos,
cometendo a omissão e trazendo consigo o espírito sectarista e
denominacionalista que vive até os dias atuais. Além disso, houve também uma
colaboração para que o modelo de culto no que diz respeito a cantar hinos, foi
amplamente modificada, dando origem este movimento a grandes corais.
Existia à época um jornalista chamado Robert
Raikes (1735-1811) que teve a ideia de criar e organizar a escola dominical, no
entanto, 80 anos antes de ele expor essa ideia, o casal Kalley deu inicio a
esse departamento na igreja em Petrópolis no Rio de Janeiro em 1855.
Mão
se sabe ao certo, quantos missionários aportaram no Brasil, nem mesmo se estes
eram homens ou mulheres, se eram casados ou solteiros, o que se sabe, é que
dentre estes existiam solteiros, casados, homens e mulheres. Um dado curioso
com relação a estadia dos missionários americanos no Brasil, bem como de outras nações, é que muitos
morriam dentro de pouco tempo devido as doenças existentes no Brasil, dentre
várias a que mais atingia estes missionários era a febre amarela, mesmo diante
desse cenário os velhos e os novos missionários não se atemorizavam, pois,
estes, estavam dispostos a dar a vida pelo evangelho da pregação da palavra.
Capítulo
15. Missionário free-lance vem para o Brasil
O primeiro
missionário a realizar no Brasil um trabalho evangelístico sistemático foi o
médico escocês Robert Reid Kalley, sendo, portanto, citado por alguns teólogos
como apenas mais um protagonista da gama de missionários que integravam o
movimento anglo-saxões aristocráticos ou burgueses.
Sendo
este missionário pioneiro no presbiterianismo da Ilha de Madeira em 1838, sendo
um dos primeiros médicos missionário que a história pode registrar, sendo este,
considerado o maior acontecimento das missões modernas, segundo o escritor e
pregador Andrew Bonar. Uma questão que merece ser pontuada com relação à
estadia de Kalley é que diferentemente da maioria dos missionários ele tinha
uma condição financeira que o permitia ter certas comodidades, situação esta
que o permitiu alcançar através do evangelho a elite da época, chegando até
mesmo a batizar no ano de 1859 duas damas da corte imperial: Gabriela Augusta
Carneiro Leão, irmã do Marquês do Paraná, e sua filha, Henriqueta.
Não
obstante o conhecimento de Kalley no que diz respeito as classes elitizadas,
dos quais Dom Pedro II fazia parte do rol dos amigos pessoais do missionário,
este também soube se relacionar bem com os pobres e dar-lhes assistência médica e espiritual, chegando até mesmo a
construir um hospital destinado ao uso dos menos favorecidos, além disso Kalley
fundou escolas em vários pontos da ilha de Madeira, pois ele havia percebido
que grande parte da população era analfabeta, estima-se que mais de 2.500
pessoas passaram por essas escolas.
Outro
dado a respeito de Kalley, é que ele foi criado em um lar religioso onde tudo
favorecia que este seguisse a carreira eclesiástica, no entanto, o que
aconteceu foi justamente o contrário, este se tornou ateu, pois ele cria que
deveria fazer tudo quanto quisesse sem que existisse um impeditivo, este
comportamento mudou no dia em que este foi atender a uma senhora em ditosa
idade que era também pobre e crente, estando em estado terminal em decorrência
da enfermidade. Ao sair de seu quarto, esta senhora pediu que ele pegasse um
pedaço de pão velho no armário, que seria sua única refeição do dia, no
entanto, o que mais chamou a atenção de Kalley, foi à tranquilidade daquela
senhora a despeito da condição de miséria e a proximidade da morte. Pois se
lembrou do que sua enteada lhes havia falado certa vez “Se a tua alma se submetesse a autoridade das escrituras,
cessariam todas as tuas dúvidas” a partir deste momento , ele passou a buscar a
Deus, e no ano seguinte a este acontecimento, ele passou a congregar na Igreja
Presbiteriana da Escócia.
Com
algum tempo depois, Kalley sentiu-se no desejo de assumir sua missão
eclesiástica que de forma inexorável o perseguia, passando, portanto por
perseguições, sendo preso por cinco meses, e até mesmo tendo que se disfarçar
para fugir da fúria do bispo da Ilha de Madeira.
Kalley
foi o responsável, pela publicação do primeiro hinário brasileiro, chamado
salmo e hino, publicado em 1861 com 18 salmos e 32 hinos. Embora ele fosse
congregacional, mas de origem presbiteriana, Kalley era contra os estreitos
denominacionais, e as formas rígidas do credo. Kelley foi o fundador da Igreja
Evangélica Fluminense que veio a ser matriz da União das Igrejas Evangélicas
Congregacionais do Brasil.