INTRODUÇÃO
Um
erro de muitos crentes em relação a travar batalhas é abrir mão de estratégias
que podem ser um fator decisivo para um resultado positivo, claro que nem
sempre as estratégias são determinantes pois é possivelmente alguém vencer
batalhas por meio das provocações e em situações de precariedade, porém tal
tática encontra limites em outros campos de atuação. Acentua-se esta
deficiência quando algum abuso não pode mais ser ignorado, que é quando as
pessoas se juntam em batalha para contra-atacar, isso em primeira mão é um erro
do apologeta, haja vista que abrisse mão das estratégias de ataque e defesa em
face da força, onde na verdade é extremamente possível convencer, interpretar e
ganhar uma batalha sem que ocorra necessariamente uma batalha. Dentro desse
contexto surge uma das batalhas interpretativas da Teologia que é a Ordenação
feminina, das mulheres nos púlpitos das igrejas ou no conselho de presbíteros,
neste tipo de demanda não se pode querer vencer o assunto com base me táticas
interpretativas já que a literalidade do texto Bíblico é bastante claro a este
respeito.
O
clima de incredulidade tem impedido essa aceitação por parte dos Teólogos que
aderem à Ordenação feminina fechado os olhos para a exegese que Paulo faz sobre
este tema e do efetivo papel da mulher na igreja. Mesmo as palavras sendo
claras “ a mulher aprenda em silêncio,
com toda submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de
homem; esteja, porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois
Eva. E adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em
transgressão. Todavia será preservada através de sua missão de mãe, se ele
permanecer em fé, em amor e em santificação, com bom senso” (I Tim.
2:11-15). Mesmo diante da simplicidade com que é demonstrado o papel da mulher,
para alguns exsurgem dúvidas simplesmente pela predisposição em não querer
aceitar a simplicidade do texto.
Por
ser a mulher a glória do homem, a esposa deveria ir para a igreja sempre
cingida de humildade afim de que auxilie o homem em seu trabalho eclesiástico,
tal afirmativa encontra resistência pelo movimento feminista por causa do
proativismo que inegavelmente se exige e se verifica na maioria das mulheres,
deve-se observar o que diz o livro de ICor. 11:11-9 quando diz: Porque o homem não foi feito da mulher; e
sim, a mulher do homem. Porque o homem não foi criado por causa da mulher;
e,sim, a mulher, por causa do homem”. É obvio que em uma época como a que
nos encontramos tal afirmativa pode magoar a todos nós pelo modernismo em qual
estamos inseridos, porém tal ensino não pode ser conciliado com o feminismo,
porém para os que querem andar com esse movimento a exegética apresenta
diversos obstáculos em sua aceitação.
Como
se pode declara-se cristão e ao mesmo tempo contornar o texto bíblico
preferindo a onda teológica? A existência dessa anomalia dentro das igrejas
indica mais a sujeira do coração humano que a obscuridade de qualquer texto
bíblico, os cristãos que creem efetivamente na veracidade do texto citado e dos
demais que tratam desse tema são arrastados para debates em que apenas pelo
fato de creem. É fato que as mulheres feministas dentro das igrejas não aceitam
a autoridade do texto, pois encontram-se no estágio inicial de subversão onde o
desafio aberto seria contraproducente aos seus propósitos.
Quando
passamos a estudar os pormenores da temática, por mais que tivéssemos tentado
aceitar de certa forma a Ordenação Feminina como algo com respaldo Bíblico, não
foi possível, porque não existe respaldo bíblico e porque não se descontrói a
ideia bíblica de proibição da ordenação feminina. Passamos então as indagações
para compreender melhor o porquê as igrejas admitem mulheres como líderes?
Chegamos ao entendimento de que não existe proibição quanto a mulheres serem
líderes, porém dentro do que lhes compete. Por mais de um século na igreja
americana, as normas de espiritualidade foram os padrões estabelecidos por um
feminismo vitoriano adocicado. No início do Século XIX, como duas multidões
convergindo numa encruzilhada tranquila, duas revoluções se fundiram para
produzir este efeito e nós ainda não recuperamos qualquer entendimento do que
era a vida na igreja antes disso nos ter acontecido.
Ocorre
que antes de tudo isso a primeira grande manifestação do feminismo ocorreu por ocasião
da luta por um feminismo sentimental e doméstico, tais fatos decorreram e
tiveram o seu apogeu na Revolução Industrial, onde o papel da mulher estava no
centro da economia à época as mulheres tinham ofícios de administrar o lar,
produzir tecidos, processavam comida e alimentavam com seu trabalho toda a
família. Não obstante, com o crescimento das industrias a mulher ganha novo
cenário, saindo do papel de produtora para consumidora, ficando
desestabilizadas, voltando a figura de mulher decorativa. As mulheres com uma
condição econômica melhor tornavam-se em uma classe onde apenas preocupavam-se
com o lazer e com a manutenção do status e algumas se detinham a escrever
romances que centralizava a figura da mulher, retirando-a do polo sempre
passivo da relação.
Outro
fator preponderando foi a revolta de alguns ministros em relação a rigidez das
posições de Calvino, por ser conhecido como um sistema duro e por vezes
austeras (cultura Yankee Nova Inglaterra) não temos como discordar que de fato
era uma cultura bastante reducionista em relação as mulheres. Os movimentos em
torno sistema calvinista ganhou adeptos tanto na ala direita como na ala
esquerda, os da ala esquerda eram Unitarianos, e tomaram Havard em 1805. Já o
anticalvinismo de direita eram relativistas que foram considerados como líderes
como Charles Funney, fortemente
influenciado pelo movimento humanista democrático que imaginavam ser o Espírito
Santo.
Todo
esse conflito ocorreu no tempo que as igrejas na Inglaterra estavam perdendo o
patrocínio dos fundos vindos dos impostos, e ainda mais sério que isso foi os
clérigos congregacionais que já estavam acostumados com seu papel e com o
dinheiro se virem fora, tendo que inclusive competir com paroquianos na mesma
forma que os batistas e os metodistas desbravadores das fronteiras do
Mississipi. As mulheres que tinha tempo a disposição se prestaram prontamente
como audiência para estes ministros, e os ministros anticalvinistas
providenciaram um evangelho sentimental apropriado para as mulheres acostumadas
a sua diversão literária feminizada. Assim, foi formada uma aliança entre o
clero e as mulheres, e uma norma espiritual foi estabelecida dentro da igreja.
Todos os desdobramentos que indicamos no início de nosso discurso acerca dessas
coisas, em grande parte tiveram seu apogeu na Inglaterra, não sendo, portanto,
significativa sua influência no Sul, mas conservador e agrário. Mas o novo
regime feminino também chegou no Sul. A guerra entre os estados em termos de
ordenação, dizimou a liderança masculina forte do Sul. Os homens já não eram
mais a maior parte enquanto líder, pois já estavam mortos. Desde aquele tempo
as igrejas do Sul têm por liderança basicamente três mulheres e um pastor. A
literatura teológica do Século XIX não se calou no sentido de propagar a visão
sentimental do evangelho em relação a ordenação feminina.
Neste
contexto ver-se um regime de ferro de domesticidade, onde gostos e padrões
femininos são postos como padrão e como uma forma de influenciar de maneira
informalmente genuína, doutra feita o homem não regenerado por este movimento
era sábio aos olhos do mundo, é claro, e um tipo rico e imoral a menos que se
converta a regime sentimental feminista dentro da igreja.
O
que nos atordoa em relação a tudo isso não é o fato de a mulher exercer função
dentro da igreja, mas sim em relação ao desprezo empregado aos valores
tradicionais, que estão sofrendo uma reedição, onde circula-se a conveniência
para atender aos discursos do século XIX como se representasse uma visão
bíblica do mundo. Mas Elsie Dinsmore não representa nada do gênero. Ela
simplesmente adotava uma forma primitiva de feminismo, e os conservadores que
aclamaram a piedade dela revelam que não sabem o que aconteceu a igreja. Outro
exemplo é o ancestral de nosso abobado bracelete WWJD – aquele livro intitulado
Em Seus Passos, em muitos aspectos esse livro era típico do gênero; a
influência divina é mediada pela influência de uma mulher, onde prega-se que
homens podem se converter ao ouvirem uma voz bonita.
Como
consequência desses fatores, foi aceito e pregoado um padrão feminino como uma
norma posta dentro da igreja, e foi ai que nasceu a questão da criação da
divindade feminina como mediadora entre os homens e Deus, o clero tentando
viver a altura de sua reputação como o terceiro sexo, lutou para ser o que
precisava ser para se manter este padrão normativo, dizia-se que os homens
poderiam tentar o que quisesse nunca conseguiriam ser mulheres. Observa-se que
a pressão passou a ser em dar lugar a homens femininos na liderança de maneira
mais convincente. Hora quando os padrões são femininos imperativamente só passa
a existir espaço para lideres mulheres.
Não
se pode olvidar que existe muitas mulheres qualificadas, e diante dessa
afirmação indaga-se se seria pertinente excluir as mulheres ou não do quadro de
lideranças da igreja. Dividem-se opiniões quando chegamos a esta indagação, se
devesse admitir mulheres na direção da igreja ou não com base em seu preparo
cognitivo e acadêmico, desprezando por via de consequência o que Paulo
pronuncia entendendo-o por arbitrário.
Uma
análise sobre qualquer tipo de discussão deve ser amparada por pré-requisitos, sejam
estes implícitos ou explícitos, no caso da ordenação feminina quando
compreendemos o pano de fundo, muita coisa em relação a defesa fica de certa
forma explicada principalmente dentro do contexto moderno de igreja. E temos
por exemplo introdutório o Promise Keepers que é um movimento de renovação
masculina, que desencadeia em um sentimentalismo choroso. Temos também por
exemplo, a proibição de ministros pregarem sobre determinados assuntos no
púlpito da igreja, outro exemplo é o por que os cristãos não conseguem falar
claramente o porquê de as mulheres no combate serem uma abominação, explica-se
porque as virtudes masculinas de coragem, iniciativa, responsabilidade e força
estão em baixa. Observa-se que não será um debate sobre essa temática do papel
da mulher na igreja que irá resolver qualquer coisa, talvez por isso até os
dias de hoje os debates em torno disso quedam-se estéreis pela Ascenção dos
feministas, que trabalham em um esquema de repetição de ideias até os
conservadores se rendam e se retraiam as suas ideias.
Não
se podem atribuir as falhas dos conservadores a anomia de exegética destes, mas
sim ao esquecimento de como se deve ser a piedade masculina e quando ela
aparece no meio dos cristãos nos deparamos com situações em que o homem fica desconsertado.
De fato, Deus deu a mulher um padrão feminino, porém para complementar e não
para dominar, inquestionavelmente a liderança da igreja foi dada ao homem, e
quando esta é desafiada tudo fica desconexo e nada a não ser o arrependimento
pode colocar as coisas em seu devido lugar.
Em
termos de encerramento de notas introdutórias podemos nos recordar recentemente
das tentativas evangélicas de amaciar a Bíblia para que e torne mais macia e
delicada. Essa tentativa foi do pessoal da Nova Versão Internacional de alterar
a linguagem das Escrituras – onde sorrateiramente modificariam os pontos que
obviamente incomodar os cristãos modernos – tal mudança quedou-se frustrada
porque houve uma reação por parte dos que acreditam que a Bíblia não é um livro
de conveniências, mas sim a palavra de Deus que irrestritamente deve ser
observada e compartilhada tal qual como ela é.
Não
obstante, nada mudou em relação as pressões culturais que contribuem de alguma
forma para isso, a igreja moderna não encontra óbice a tal modificações por
mera questão de conveniência.
CAPÍTULO I
OFÍCIO DAS MULHERES
1.1 O que mudou?
Durante o tempo em que
nos propusemos estudar sobre a ordenação feminina, observei no entorno,
mulheres que são muito talentosas e que desejavam ser pastoras, entretanto, de
forma majoritária os alunos que frequentam os Seminários de Teologia são
homens, talvez pela aparente resistência a ordenação de mulheres muitos têm se
manifestado de forma inadequada. Sem querer cair no mesmo erro, passei então a
ler e escrever sobre o tema, haja vista que sempre existe dois lados da moeda,
duas formas de ver e compreender uma história e um fato no mínimo. Ocorre que
essa sistemática de estudos nem sempre cabe para o campo da teologia por ser um
âmbito de estudos muito dogmático, em que se acredita em verdade imutáveis
tendo por base a Bíblia primordialmente. Mesmo diante desse fato, alguns
cristãos sinceros aventuram-se em defender ideias que de forma muito límpida
não encontra respaldo na Lei Maior que é a Bíblia a título de exemplo temos a
questão atinente a ordenação feminina.
Passamos
então ler antes de defender a não ordenação, aquilo que eventualmente poderia
servir de base para os que defendem a ordenação como algo adequado a realidade
cultural, bíblica e teológica, muito embora me admirasse ver a habilidade de
muitas mulheres ao pregarem a palavra de Deus não encontramos sequer um
referencial bíblico, e esse é o primeiro e talvez o maior problema em defender
a ordenação feminina, do mesmo modo, quanto mais nos aprofundamos neste estudo
mais convictos ficamos da fragilidade das argumentações que defendem este movimento.
Além
de desamparada biblicamente falando, a ordenação feminina não encontra sequer
força histórica que der sustentação a sua defesa, pois a posição histórica da
igreja indica que o ofício de pastor ou de supervisor espiritual é
eminentemente de homens, e não para mulheres. E por mais que tivéssemos o
desejo de concordar com a ordenação feminina não seria possível pela
observância restrita a Bíblia, elencamos três fatores que passaremos a analisar
nos tópicos seguintes para melhor compreender o porquê não se pode admitir tal
desiderato.
1.2 Prática histórica do povo de Deus
A
melhor forma de se compreender algo é remontarmos a análise histórica, por isso
passamos a fazer um breve relato de fatos históricos em relação a cultura do
povo de Deus, observe-se que no Israel do Velho Testamento os sacerdotes
detinham a importantíssima missão de conduzir os rituais sacrificiais e de
lecionar a lei de Moisés, cabe ressaltar que eram sem exceção todos homens.
Dentro
dessa teia, Jesus veio aterra e manteve a prática de ter apenas homens como
oficiais líderes, a Bíblia relata que Jesus tinha muitos seguidores, homens e
mulheres, entretanto, ao escolher os apóstolos para servirem como líderes ele
escolheu só homens. Tudo isso fica mais límpido quando observamos o quanto
Jesus se importava com as mulheres dos quais podemos citar Maria, sua mãe; a
profetisa Ana, que falou sobre o recém-nascido Jesus; as mulheres que o seguiam
e apoiava o seu ministério; e as mulheres que foram as primeiras a contemplar o
Cristo ressurreto, Jesus tratava-as como filhas de Deus, como discípulas
inteligentes, como auxiliadoras da Sua missão e Suas testemunhas. Entretanto,
ele optou por doze homens quando escolheu os líderes oficiais da igreja.
A
liderança da igreja protagonizada por homens estendeu-se ao longo da era
neotestamentária e além dela a medida em que a igreja antiga crescia, as
mulheres foram membros de vital importância, entretanto os presbíteros e os
diáconos sempre foram homens. Tal era a importância das mulheres, e elas
abraçavam tanto a causa da igreja que quando a igreja sofreu perseguição elas
estavam entre seus heróis e mártires, mas apenas os homens ocupavam as posições
oficiais de ensino e de supervisão “em todas as igrejas dos santos”.(1
Co.14:33).
Algumas
seitas que degeneraram do cristianismo para o gnosticismo ou para o culto a
divindades ordenavam sacerdotisas, porém a igreja de Cristo jamais o fez. Observe-se que a função oficial de condução
da igreja no decorrer dos séculos era de exclusividade do homem, porque será
que a prática permaneceu a mesma por tão longo tempo? A quem responsa que
porque homens se achavam mais inteligentes e mais preparados que as mulheres,
afirmativa que não deve prevalecer pois irradia um sentimento de preconceito
que deve ser combatido por todos, comprova-se essa afirmativa em relação ao
próprio comportamento da igreja no decorrer dos séculos em permitir que as
mulheres pudessem conhecer as escrituras tão bem quanto os homens, algumas
vezes até melhor que eles, e que poderiam ser tão santas quanto eles e em
algumas vezes até mais.
Então
não se trata de ausência de santidade ou conhecimento o critério de escolha da
direção da igreja, por mais conhecedora e erudita que fosse a mulher este não
pode ter pretensões de ensinar homens na assembleia, nem a de batizar “segundo
instituía uma ordenança do século V”.
Sendo
assim há que se concluir que o ofício de pastor ou de bispo não é apenas em
razão da inteligência, capacidade acadêmica, integridade e habilidade porque se
assim fosse já haveria de ter ordenado mulheres a muito tempo, a igreja não
demorou mais de 2000 anos para reconhecer a inteligência e preparo das
mulheres, tais qualidades sempre foram evidentes, porém em toda história da
igreja a liderança oficial sempre esteve reservada aos homens.
1.3 Um comando explícito da parte de Deus
Diante da
inquestionável menção histórica em que a igreja sempre reconheceu a autoridade
eclesiástica do comando da igreja aos homens, a que se perguntar ainda se essas
práticas bíblicas e históricas seriam meramente acidentais, ou se existe um
comando explícito da parte de Deus para a sua igreja em que seus servos
obedeçam?
Não
há como crer que o sacerdócio israelita era em sua totalidade masculino, por
uma ordem expressa de Deus. Não foi a Mirian, irmã de Moisés que o Senhor ordenou que se tornassem sacerdotisa,
mas a Arão e aos filhos deste (Nm.3:10).
Agora
que Jesus é o nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício perfeito, não se faz, mas
necessário os sacrifícios aarônico, entretando o povo de Deus continua
necessitando de líderes oficiais que ensine e exerça autoridade em nome de
Jesus. O Novo Testamento utiliza a palavra pastor (poimen/poimen) que era quem cuidava das
ovelhas e do rebanho de Deus e também a palavra supervisor
(ejpivskopo”/epískopos) traduzida normalmente
como presbítero ou bispo, que é o nome dado a quem supervisiona almas. Outrora
e nos dias atuais os bispos assumem a responsabilidade do ensino da sã doutrina
nas reuniões oficiais da igreja, são os que batizam, supervisiona a ceia do
Senhor e por excluir da Ceia e da igreja os que se opõe a Cristo. Os líderes,
por meio desses atos autoritativos oficiais, devem coordenar e mobilizar os
dons espirituais do povo de Deus sob a sua guarda para edificar a igreja e
fazer avançar a missão de Deus no mundo.
O
apóstolo Paulo em diversas situações faz qualificação aos que exercem
autoridade na igreja e aos que ensinam dizendo que estes homens devem te
caráter piedoso, pregar a sã doutrina,
ser apto para ensinar e liderar, fala ainda Paulo que os homens líderes da
igreja devem ser maridos de uma só mulher e que devem administrar bem sua casa,
e para que não haja dúvidas de que o apóstolo se referia apenas aos homens ele
diz: “E não permito que mulher ensine,
nem exerça autoridade sobre homem” (1 Tm. 2:12).
Quando
Paulo diz isso deve-se evitar interpretações análogas, pois ele não está neste
texto proibindo que a mulher possa ensinar qualquer coisa ou exercer qualquer
tipo de autoridade, mas se refere o apóstolo à docência da sã doutrina no culto
público, sobre a autoridade pertinente a tal ofício. O apostolo em outra
ocasião fala da pertinência de a mulher profetizar partilhar com os outros das
percepções concedidas por Deus referindo-se a elas como parceiras na divulgação
do evangelho, entretanto, limitando-as em relação ao exercício oficial
autoritativa de uma congregação.
Esta
palavra dita por Paulo não trata-se de apenas uma recomendação ou sugestão no
qual seria tolice não seguir, mas um mandamento ao qual seria errado não
obedecer. “Não permito” significa” é proibido” e não “aconselhável”. É,
portanto, preceito de um apóstolo de Cristo, escrito com autoridade do Senhor
sob a inspiração do Espírito Santo.
1.4 Princípio subjacente
Mesmo admitindo-se que
existe um expresso preceito que impede as mulheres de exercer tais disposições
relativas a ordenação, poder-se-ia indagar-se o porquê de isso ser assim, e, se
tal disposição ainda seria aplicável em nossa sociedade em que pese as mudanças
culturais do decorrer dos tempos. Questiona-se se existiria um princípio
subjacente, ou seja, que serve de base para essa afirmativa, e primeira mão
diria que existe este princípio, pois ao Paulo dizer “não permito que mulher
ensine, nem exerça autoridade sobre homem” Paulo prossegue explicando: “Porque,
primeiro, foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher,
sendo enganada, caiu em transgressão” (1Tm. 2:13-14).
Paulo
ao dizer essas palavras, não estaria dando um conselho para uma situação
isolada, ou destinado a um tempo, antes apela a um princípio que ficou
estabelecido na criação e violado na queda que é o princípio da liderança
masculina.
Observar
essa afirmativa ganha mais solidez a luz da Escritura quando percebe-se que
Deus criou Adão e dele e para ele, então formou a mulher como se pode verificar
no seguinte versículo:
Porque o homem não foi
feito da mulher, e sim a mulher do homem, porque também o homem não foi criado
por causa da mulher, e sim a mulher por causa do homem (1 Co.11:8-9).
Quando
o homem e a mulher encontraram-se a primeira vez o homem assumiu a liderança ao
dar a ela um nome e defini-la em relação a ele mesmo (Gn.2:23). Em uma atenção
a ordem cronológica de Deus em relação ao homem, não fica difícil perceber que
primeiro foi criado Adão, depois Eva. A ordem de satanás na tentação foi
primeiro Eva depois Adão. Mesmo assim, a ordem de Deus permaneceu a mesma,
primeiro Adão foi chamado a responsabilidade depois de ter pecado quando este
se escondeu “onde estás? ” (Gn. 3:90). Embora Eva tenha pecado primeiro, Deus
dirigiu-se primeiro a Adão, ficando, portanto, a responsabilidade original ao
homem.
Essa
liderança que foi violada com a queda do homem no pecado, e reafirmada por Deus
em seguida é o princípio subjacente ao preceito e à prática de se ordenar
homens como líderes da igreja. Deus quer uma liderança masculina piedosa no lar
e na casa de Deus, a igreja. Na verdade, a capacidade de liderar a família é o
sinal de que o homem pode ou não liderar a igreja de Deus. “ Se alguém não sabe
governar sua casa, como cuidará da igreja de Deus? ” (1Tm. 3:5).
A
liderança masculina expressa veemente o propósito da criação de Deus; pois esta
é refletida pela relação entre Cristo e Sua igreja (Ef. 5:23); sendo inclusive
comparada com a vida e seio da Divindade “ Cristo é o cabeça de todo homem, e o
homem o cabeça da mulher, e Deus cabeça de Cristo” (1 Co. 11:3). Pois, assim como Deus o
Pai e Cristo são unidos e iguais com o Pai liderando e Cristo submetido, assim
também homens e mulheres são unidos e iguais com papeis complementares na
família e na igreja.
1.5 A posição histórica da Igreja e sua
preservação
Diante desse breve
apanhado de informações já nos vimos bastante convencidos de que existe uma boa
razão para que a igreja ordene para o ofício de pastores apenas homens, contudo,
a congregação não deve ter em mente que está apenas satisfazendo um mandamento
bíblico ao não ordenar mulheres, para ser bíblico se faz necessário mais que
isso, é preciso que se fale qual o verdadeiro ofício da mulher. Devendo
encoraja-las diante das grandes coisas que o Senhor as chamou a realizar em sua
obra.
Devendo
ainda a igreja combater toda e qualquer forma de desprezo ao trabalho da mulher
na igreja, antes deve a igreja edificar as filhas de Deus, ensinando-as em como
utilizar de forma adequada seus dons espirituais, cabe ressaltar que se a
congregação defende a ordenação masculina mas sufoca os dons e negligencia a
necessidade do trabalho feminino na igreja e na pregação do evangelho torna-se
pior que as que ordena em todos os ofícios. É pior ter uma trave do que um
cisco no olho.
Mesmo
que traves causem muito mais danos que ciscos, não vamos fingir que estes
ajudem ou melhorem a visão, a ordenação feminina pode não ser o maior de todos
os erros, mas de fato é um erro. Veteranos dos debates de longo prazo sobre a
ordenação feminina queixam-se por vezes que: “vimos estudando isso a décadas, e
não é provável que a mente de ninguém mais se modifique”.
É
alarmante o número de igrejas que sequer uma vez pregou sobre este assunto,
seria como se os pastores não quisessem trazer pra dentro da igreja esta
discussão, muito embora estes votem nas comissões e convenções sobre a
temática, sendo assim as pessoas que se interessarem sobre o assunto, sobre
como compreender o contexto histórico da igreja em relação a ordenação de
mulheres deverão faze-lo por si só, além desse fato, ainda existe muita
controvérsia sobre o assunto nos seminários, gerando com isso uma dificuldade
de posicionamento dos pastores e líderes de igreja, alguns sequer dão atenção
ao tema, outros escolhem o lado que gostam, mas isso acaba sendo perigoso,
porque se ocorrer a busca do contexto histórico da igreja ver-se-á que a
ordenação feminina além de não encontrar pauta bíblica ainda é vedada. Porém,
em que pese a multiplicidade de opiniões sobre esse problema, e se for o caso
de permitir que a congregação decida é necessário que se faça antes uma exegese
da posição histórica da igreja que não pode ser prejudicada por interpretações
descabidas, antes a conservação do que historicamente vem se adotado com base
na Bíblia que uma inovação perigosa. Os argumentos ambíguos podem causar sérios
problemas a igreja conforme diz George Knight III quando diz:
Por esta
razão, parece errado alguns argumentarem que os presbíteros da igreja podem dar
a uma mulher o direito de expor a palavra de Deus à igreja. A ideia é que isso
é aceitável, desde que ela o faça debaixo da autoridade da liderança masculina.
Mas Paulo descarta essa possibilidade, afirmando que, na situação de ensino
público, onde homens estão presentes, a mulher deve permanecer em “silêncio”.
Nenhuma decisão da liderança masculina pode justificar a desobediência ao que o
apóstolo ordena. (The role relationship of men and women – O papel da relação
entre homens e mulheres).
CAPÍTULO II
ENSINO AUTORITATIVO
2.1 Diferença
entre Ensino Autoritativo e não Autoritativo
O termo ensino
autoritativo faz menção a propriedade da mulher em ensinar que podem ser compreendidos
também como pregar, contudo, preliminarmente compreendemos o termo ensino
autoritativo como algo indefensável, e tal afirmação começa quando se faz uma
análise exegética do próprio conceito da palavra e nos pontos que trataremos a
seguir.
A
grande diferença entre ensino autoritativo e não autoritativo é que o primeiro
é quando se ensina tendo o ofício de presbítero, e o segundo quando se ensina
sem ter o ofício de presbítero os seguidores da teologia defendida por Foh
Hurley pregam com base nessa definição que todos podem ensinar desde que sejam
qualificados para tal desiderato, sem a necessidade que tenha o docente o
ofício de presbítero. Contudo, ao afirmar isso é preciso que se leve em
consideração o argumento que dar sustentação a essa tese, haja vista, que a
diferença é gritante entre esses e aqueles, tal argumentação é necessária até
mesmo para defender a possibilidade de a mulher ensinar sob a supervisão de um
presbítero, passaremos a indicar os principais argumentos defendido pelos
seguidores dessa corrente.
O
livro de 1 Timóteo traz a exegese do que seria ensino autoritativo e não
autoritativo onde Paulo restringe as mulheres quanto a duas atividades, a de
ensinar e exercer autoridade sobre o homem, porém alguns defendem que a
proibição é apenas uma segunda parte da doutrina Paulo não estaria falando em
ensinar e exercer autoridade como sendo duas coisas distintas, mas fala sobre
ensinar autoritativamente, sobre assumir o ofício de mestre, sobre o
engajamento na função habitual de ensino que é de competência do presbítero.
O
problema da exegese da atividade única é sua inconsistência mesmo que com base
no livro de 1Tm 2.12. Entretanto transparece a tese de duas atividades quando
negam que o presbitério está aberto a mulheres, argumenta-se na defesa da
atividade única relacionando a proibição de Paulo as mulheres ocuparem ofício
de mestre/presbítero, essa mesma corrente quando vai argumentar contra a
ordenação feminina pressupõe uma visão de dupla atividade quando se afirma que
1Tm 2:12 significa que o ensino e o ofício da igreja não são acessíveis as
mulheres.
Outro
problema com o conceito de ensino autoritário é modo como tratam a sintaxe de
1Tm 2:12 (que traz o conceito) os que defendem essa tese sequer se esforçam
para provar que a exegese está dentro do uso conhecido, sendo assim comprova-se
que a visão da atividade única não tem comprovação sintática que a fundamente.
No entanto a amplo suporte para a visão das duas atividades.
2.2 Significado
do Termo “Não ter autoridade sobre Homens
A mulher aprenda em
silêncio, com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça
autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio. Porque, primeiro, foi formado
Adão, depois, Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu
em transgressão. Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela
permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. (Tm 2:11-15).
Quando
se fala em dons espirituais, observa-se que a Bíblia é bastante clara, quando
esta confere tanto a homens quanto a mulheres devendo ambos utilizarem
esses dons para edificar o corpo de Cristo, sendo, portanto de suma
importância o ministério de cada um para o crescimento do Reino. Em relação ao
Ministério feminino especificamente, já que este é objeto de nossos estudos,
existem diversos exemplos de mulheres que exerciam ministérios no Novo Testamento.
E
como uma forma de fidelizar a tradição bíblica, as igrejas devem incentivar e
promover, encorajar e cultivar esses ministérios femininos, contudo existe
dentro do campo da Teologia indagações quanto a existência de limites no
exercício do ministério por parte das mulheres, majoritariamente tem se crido
que e defendido o que diz o livro de 1Timóteo 2.8-15 que assim diz:
Quero, pois, que os
homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda. Que
do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia,
não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, Mas (como
convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.
A mulher aprenda em
silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use
de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi
formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo
enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se
permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.
A
liquidez dessa mensagem não deixa dúvidas quanto as restrições impostas ao
ministério da mulher, e além disso, indica ao exercício da autoridade sobre o
homem, e isso se justifica pela sequência da criação humana e pela forma como
ocorreu a queda deles no pecado.
Não
obstante, muitos defendem que tal texto caiu em desuso, não aplicando aos dias
de hoje, principalmente em decorrência da realidade social hodierna em que se
misturam os papeis de homem e mulher, essa forma de pensar não anula a
sinceridade dos que creem nas Escrituras, porém encontram resistência ao
aceitar o que preceitua o os versículos supracitados, como sendo uma espécie de
condicionamento cultural que precisa ser superado. Dada a máxima vênia, não nos
alinhamos a essa corrente doutrinária, por acreditar que a Bíblia ao relatar
esses preceitos o faz com a autoridade permanente e necessária para doutrinar e
dirigir a igreja de Cristo.
O
livro de 1Tm 2.8-15 impõe duas restrições ao ministério da mulher 1° não devem
ensinar doutrina cristã aos homens 2° não podem exercer autoridade diretamente
sobre os homens na igreja, nas linhas que se seguem procuraremos demonstrar que
qualquer outro argumento que prove o contrário não se sustenta.
O
termo “não exercer autoridade” significa não ter autoridade sobre ou não
dominar sobre, este não no sentido de subjugar, Paulo quando diz essa frase ele
literalmente está proibindo a mulher de praticar essa autoridade sobre homem e
por via de consequência a possibilidade de uma mulher exercer a função de
pastora, isto é, dentro do que preconiza as epístolas pastorais. Por via de
consequência, as mulheres seriam impedidas de exercer posições na igreja que
sejam equivalentes a de presbítero, ainda que o marido da mesma der a aquela
permissão para o exercício do cargo, pois o sentido da palavra vai muito além
do aspecto da independência da mulher em relação ao homem, mas que esta exerça
autoridade sobre qualquer homem na igreja conforme recomenda o apóstolo Paulo.
Contudo,
muito embora exista essa proibição, não existe expressamente uma proibição que trate da impossibilidade de a
mulher por exemplo, votar em uma assembleia, nem cargos administrativos dentro
da igreja, pois conforme diz o próprio texto, a proibição é expressa e indica
apenas duas quais sejam a de “ensinar” e “exercer autoridade sobre” entretanto,
alguns estudiosos dessa temática preferem tomar as duas proibições na verdade são apenas uma pois as
mesmas se resumiriam a proibição em “ensinar com autoridade” contudo é de fácil verificação que o Apóstolo
Paulo não disse dessa forma, ele indica duas proibições distintas, muito
embora, ensinar seja um ato de autoridade, a que se observar que nem todo ato
de autoridade está ligada ao ensino, Paulo trata essas duas realidades de forma
distinta conforme se verifica no livro de 1 Timóteo quando este discute o
oficio dos pastores (3.2,4-5;5.17).
Ensinar
de fato é exercício de autoridade, e estes se correlacionam, porém como já se
demonstrou, biblicamente os dois ganham configurações distintas, em 1 Timóteo
2.12, Paulo proíbe as mulheres de conduzirem qualquer dessas atividades em
relação aos homens. Há quem advogue que Paulo não estaria proibindo o ensino e
a autoridade da parte de qualquer mulher sobre qualquer homem, mas, sim esposas
sobre maridos, porem o contexto bíblico não apoia essa tese, pois Paulo não diz
“ Eu não permito a uma esposa ensinar ou exercer autoridade sobre o marido” os
versículos 8-9 indubitavelmente se refere a homens e mulheres como membros da
igreja, não como marido e esposa. Não são apenas os maridos que devem levantar
mãos santas em oração, mas todos os homens; e não apenas as esposas que devem
se vestir com modéstia, mas todas as mulheres (versículo 9-10).
Não
obstante, as proibições do versículo 12 são aplicáveis a todas as mulheres
irrestritamente em relação aos todos os homens da igreja, sejam seus esposos ou
não.
2.2.
Falsos mestres e a mudança do cenário
O Apóstolo Paulo em sua
primeira carta endereça ao seu cooperador Timóteo diz como se deve proceder na
casa de Deus, que no caso é a Igreja do Deus Vivo. Acredita-se que o que
motivou o Apóstolo Paulo a ter enviado essa Carta a Igreja em Éfeso tenha sido
principalmente por esta encontrar-se cercada de falsas doutrinas fato que levou muitos a
se afastarem da sã doutrina e não apenas isso, mas também a propagarem esses
falsos ensinamentos. Diversas interpretações surgiram do texto de 1Timóteo
2.11-15, essas interpretações se baseiam fortemente na natureza daquela falsa
doutrina, ao explicarem o que Paulo quer dizer nestes versículos.
A
priori não há problema algum com esse fato, pois, uma boa doutrina sempre
considera o texto e contexto da mensagem tendo por parâmetro sempre uma boa
exegese, entretanto, o Apóstolo nos fala pouco acerca dessa falsa doutrina, fator
que nos faz pensar que pode ocorrer de não existir muita certeza em relação a
esta ou aquela interpretação, daí a importância de quando se deparar com um
texto dessa natureza o fazer com todo cuidado que é de direito, com a exegese
mais simples e sem inovações alegóricas, no presente estudo, buscamos de forma
cuidadosa analisar os aspectos da falsa doutrina, que muito embora exista uma
obscuridade em relação ao que efetivamente ela representa, buscamos no presente
estudo identificar o que pode ser relevante
a luz do estudo do livro de 1 Tm 2.11-15. Buscamos em um primeiro
momento, e para melhor compreender o texto, criar tópicos, quais sejam: 1. Em
relação aos falsos mestres, temos que estes semeavam dissenção e preocupavam-se
mais com trivialidades que com a essência do texto. 2. Esses falsos mestres,
cultivavam a incredulidade através do ceticismo, como uma forma de se adquirir
uma certa espiritualidade, onde eles ensinavam como forma de alcançar tal
espiritualidade a abstinência de certos tipos de alimentos, casamento e
certamente de relações sexuais. 3. Os falsos mestres
tinham por seguidoras muitas mulheres, que dava ouvidos aos seus ensinos e os
propagava.
4. No livro de 1 Tm 5.14 Paulo deu conselhos as jovens viúvas para que se
casassem, criassem seus filhos, e cuidem de seu lar como boas donas de casa, ou
seja, que se ocupassem com os papeis femininos, a razão de ser do Apóstolo de
dado esse conselho foi justamente porque muitas mulheres haviam se afastado
desses ensinamentos, e seguido a satanás em seus ensinamentos enganosos fato bem próximo do que
ocorre hoje, a cada dia que passa as mulheres estão se apartando mais dos seus
verdadeiros papeis no seio da família, ainda mais na onda do feminismo aberto
que o presente século enfrenta, o discurso é sempre o mesmo a igualdade
material e formal, que na verdade nunca existiu e nem irá existir.
2.3. O
adequado comportamento
Para
se compreender o que diz 1Tm 2.11-15 é necessário ler antes o que diz o
versículo 8, onde Paulo diz “os varões orem em todo lugar, levantando mãos
santas, sem ira e sem animosidade”. A exortação quanto ao cuidado com a ira e a
animosidade é certamente em decorrência das falsas doutrinas, que deram luz a
divisões e discórdias dentro da igreja.
Já
nos versículos 9-10 o Apóstolo apregoa que as mulheres cristãs devem portar-se
com discrição, o que ele chama de modéstia e bom senso, diz ainda que esse
comportamento deve ser atrelado a um conjunto de boas obras, quando Paulo diz
isso, ele quis dizer que a preocupação principal da mulher cristã deve ser com
o que edifica e não com coisas secundarias, que muito embora podem ser
consideradas importantes, não podem, estas, assumirem lugar distinto do que
efetivamente devem estar.
Tal
ensinamento também é no sentido de se combater a falsa doutrina em Éfeso. Pois
a forma como as mulheres se vestiam indicava muitas vezes a condição moral e
cívica dela na sociedade, como por exemplo as mulheres viúvas, sem marido e ou
mulheres da vida. O que o livro de 1 Coríntios 11.2-16 é da mesma natureza
geral, pois em corinto ocorria isso, as mulheres passaram a se vestir de forma
identificável de sua condição social, que demonstrava a independência do
marido.
Paulo
lembra e a Timóteo que as mulheres deveriam se adornar de boas obras, e logo
adiante diz o que não se enquadrava nessas boas obras no versículo 11, onde ele
diz “ a mulher aprenda em silêncio, com toda submissão”. Paulo deseja que as
mulheres cristãs aprendam, e isso é uma questão importante, pois tal prática
não era, em geral, incentivada pelos judeus. Mas isso não significa que o fato
de Paulo desejar que as mulheres aprendam seja o ponto principal desse texto, a
preocupação de Paulo não é que elas devem a prender, mas sim a maneira como
devem aprender: “ em silêncio” e “com toda submissão”.
O
apostolo Paulo preocupa-se em que a as mulheres aceitem o ensino pacificamente,
evidentemente, algumas contendiam, e não aceitavam com passividade, obviamente
por influência dos falsos mestres.
Muito
embora acredite-se que essa seja a mensagem principal dentro do que Paulo quis
transmitir, ainda existe a questão da interpretação do versículo 11, que trata
da submissão da mulher também a seu marido e a liderança masculina da igreja. E
esse é o adequado comportamento da mulher, a submissão, e dos cristãos, em
relação aos que estão exercendo autoridade sobre sob aqueles, no entanto
observe-se que este versículo 12-14 é dirigido apenas a mulheres e focalizam o
relacionamento do homem e da mulher. Isso nos inclina a pensar que a submissão
em vista aqui é a submissão de mulheres a liderança masculina. Presumimos que
as mulheres em Éfeso, estavam expressão sua “liberação” de seus maridos ou de
líderes na igreja, criticando e falando contra a liderança masculina. Paulo
incentiva Timóteo a combater esta tendência, enfatizando o princípio da
submissão das mulheres à liderança masculina apropriada.
A
professora Ainda Besancon Spencer defende que o fato de a mulher receber a
recomendação de aprender implica por via de regra no dever de ensinar, haja
vista que tudo que aprendesse deve ser repassado. Ocorre que os incentivo para
que as mulheres aprendam, em 1Tm 2.11, não dar razão para acreditar que
trata-se de um permissivo para que a mulher ensine na doutrina Bíblica aos
homens.
Além
desses fatores, aprender, não significa necessariamente que leve o aprendiz a
uma atividade de docente, que é algo que vai além do aprender uma doutrina ou
teoria. Sabe-se que todos os homens judeus eram educados e incentivados a
estudar a Lei e a doutrina, entretanto, nem todos se tornavam rabinos, nessa
mesma lógica, todos os cristãos são incentivados estudar a Bíblia; contudo,
Paulo expressamente, limita tal ofício aos que efetivamente detêm o dom de
ensinar.
2.4
Com Toda Submissão
Quando lemos na Bíblia
a frase “com toda submissão” esta faz conexão com o que diz o versículo 11, e
as proibições do versículo 12. Pode-se compreender tal disposição da seguinte
forma “ deixe que as mulheres aprendam em silêncio e em completa submissão;
todavia, o termo completa submissão também significa que eu não permito que
mulher ensine ou exerça autoridade sobre homem”. O cerne dessa questão é o
versículo 12, pois nele Paulo proíbe as mulheres de Éfeso de exercerem
ministérios que são de homens.
Essa
proibição é referente ao ensino da Bíblia, pois ensinar conforme o Novo
Testamento significa transmitir a verdade de forma cuidadosa informações acerca
de Jesus bem como a proclamação de sua autoridade. Geralmente, essa atividade é
restrita apenas aos que detêm o dom de ensinar conforme já demonstramos no
livro de 1Co 12.28-30; Ef4.4-11 tal disposição indica que nem todos os cristãos
tem esse ofício. Não é difícil ver nas epístolas pastorais essas restrições,
haja vista a preocupação de Paulo com a transmissão da palavra de forma mais
fiel possível ao texto sagrado, afim de que se garanta a vitalidade espiritual
da igreja de Cristo.
Timóteo
tinha como principal missão ensinar bem como preparar obreiros para o trabalho da pregação do
evangelho, e cumprimento do ministério vital de instrução doutrinária com
autoridade conforme indica 2 Tm2.2 “A Timóteo, meu amado filho: Graça,
misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da de Cristo Jesus, Senhor nosso”.
Embora não fosse uma atividade restrita dos pastores, o ensino era, contudo,
uma atividade importante dessas pessoas. Neste ponto, a questão da aplicação
não pode ser evitada. De acordo com este significado, quais funções seriam consideradas
ensino, na igreja moderna? Parte da doutrina diverge dizendo que não existe um
paralelo entre o antigo e o moderno, pois, como se argumenta, o cânon do Novo
Testamento é a autoridade de ensino que substitui o mestre no primeiro século.
Contudo
deve-se observar que os antigos mestres da Lei até mesmo antes de escrito o
Novo Testamento, possuíam tradições cristãs nas quais baseavam seus
ministérios. As passagens como 2Tm 2.2 indica que o ensino deveria continuar
tento a mesma importância de outrora dada a sua historicidade e tradição. Além
disso as escrituras deveriam ser vistas como substitutas dos apóstolos que as
escreveram não dos mestres que as expuseram, devendo conservar a interpretação
originária. Certamente, toda e qualquer autoridade do mestre é derivada de um
conhecimento adquirido pelo ensino dos apóstolos, a autoridade ventilada aqui é
inerente a verdade a ser proclamada e não a pessoa do ensinador.
Mesmo
diante dessa afirmativa, há que se perquirir que a função de ensino é um ato de
autoridade, isso porque o mestre vem ao povo de Deus com autoridade de Deus e
da sua Palavra. Diante dessas considerações, reafirmamos que o ensino proibido
por Paulo se refere a pregação este inclui também o
ensino da Bíblia e da doutrina da igreja em faculdades e em seminários.
Atividades como, dirigir estudos bíblicos, por exemplo, podem ser incluídas,
dependendo de como são realizadas. Ainda outras tais como testemunho
evangelístico, aconselhamento, ensino secular, não são, em nossa opinião, ensinar
no sentido proposto por Paulo.
Paulo
não proíbe as mulheres de exercer qualquer tipo de ensino, a palavra homem é
claramente objeto da expressão “exercer autoridade” , também ela poderia ser
analisada como objeto do verbo ensinar. No livro de Tito 2.3-4, Paulo permite
que as mulheres ensinem as outras mulheres, porem aqui nesse contexto, ele se
preocupa com a diferença existente entre homens e mulheres e com a submissão,
portanto, ele proíbe que as mulheres ensinem aos homens.
CAPÍTULO
III
A BASE
3.1
Criação e Queda
No versículo 12, do
capítulo 2 de 1Timóteo, Paulo Proíbe as mulheres, na igreja situada em Éfeso de
ensinar a homens e de exercer autoridade sobre eles. Porém ao chegar a essa
afirmativa e defende-la para além do que o respeitável apóstolo diz deve-se
enfrentar o que se chama de princípio originário do termo proibitivo e
confrontar a questão das indagações ventiladas em relação a aplicabilidade ou
não desse preceito nos dias de hoje. Presumir que sim é facilmente contestável,
porque não se pode defender nada sem que se possibilite uma análise acurada da
tese de defesa de determinada temática. Ao analisar o Novo Testamento,
verifica-se que existe diversas injunções que faz entender que estas aplicam-se
a situações específicas, fator que pode ocasionar a inaplicabilidade do
preceito frente a nova realidade fática.
Por
exemplo, muitos cristãos creem que não existe mais a obrigação de saudar um ao
outro com óculos santos (1Cor 16.20). As formas de
cumprimentar mudaram, e em nossos dias, para que se pratique este costume
pode-se apertar a mão como sinal de amor de cristão.
Doutra
feita, não se trata no objeto de estudo deste trabalho, uma mera questão de
identificar o contexto cultural à qual o texto é dirigido, e concluir a
limitação do mesmo, quase todo o Novo Testamento foi escrito dentro de
situações específicas, tais como corrigir falsos ensinamentos, responder
perguntas especificas, buscar a unidade das facções da igreja etc., porém isso
não significa que necessariamente que tais escritos se aplicam somente aquelas
circunstâncias. Como por exemplo, Paulo desenvolve sua doutrina da justificação
pela fé, em Gálatas, em oposição a específicos falsos mestres do primeiro
século. De forma alguma a natureza específica do texto limita seu ensino,
apenas em alguns casos obsta sua aplicação por meras situações
descontextualizadas.
Analisar
esses pontos é de suma importância porque ao estudarmos mais cuidadosamente sobre
o livro de 1Timóteo 2.12 sugere que se alguém puder identificar a circunstância
no qual foi escrito um texto, pode-se concluir que sua aplicação é limitada ao
contexto. Tal afirmativa, de pronto não deve prosperar, pois, a primeira
pergunta a ser feita pelo estudioso é se pode-se identificar no referido texto
circunstâncias que possa identificar a não aplicação da problemática da
proibição ventilada em relação as mulheres, há quem defenda que sim, se valendo
de numerosas sugestões indicando inclusive fatores circunstanciais e locais,
neste ínterim falaremos com o escopo de limitar o assunto de duas teses
defendidas por quem defende que tal texto não aplica mais aos dias de hoje
quais sejam.
Primeiro
defende-se que Paulo estaria se referindo apenas as mulheres que foram
contaminadas pelos falsos ensinamentos, conforme demonstra os relatos da
realidade de Éfeso, os que defendem essa ideia, defendem que o objetivo
primordial de Paulo não era proibir que todas as mulheres em todas as épocas
fossem impedidas de ensinar e exercer autoridade sobre homens, mas só e tal
somente as que foram influenciadas pelos falsos ensinamentos, sua preocupação
era a não propagação dessas ideias. Esses pregadores dizem que obedecem a
injunção de Paulo ao impedir que mulheres despreparadas ensinem e exerçam
autoridade na igreja, contudo, essa corrente crer que é apenas uma questão de
preparo, ou seja, se a mulher tiver preparo acadêmico e espiritual poderá
exercer tais e tais funções na igreja.
Preliminarmente pergunta-se qual a
razão de abraçar tal interpretação específica? Os principais defensores dessa
tese que se tornou bastante popular indicam como ponto de partida o capítulo 2
e versículo 14 de 1Timóeo argumentando que Paulo cita Eva como exemplo típico do que as
mulheres de Éfeso estavam fazendo: ensinando falsa doutrina e fazendo-o sem o
preparo adequado. Eva ensinou o homem a comer da árvore, e as mulheres em Éfeso
não deveriam incorrer no mesmo erro propagando falsa doutrina e trazer
problemas sérios para a igreja.
Tais
argumentos não se sustentam por diversos motivos, porque o versículo 14 já
indicado, indica o relacionamento de homem e mulher “Adão e Eva” e não da
mulher em relação a igreja, Paulo também focaliza em seu discurso, o engano,
fato que sugere que Eva permanece como um tipo para as mulheres efésias que
estavam sendo enganadas pelas falsas doutrinas, mas não como um tipo de
mulheres que estavam ensinando falsa doutrina. Daí o motivo pelo qual o
apóstolo lhes diz para aprender em silêncio e com toda submissão, além disso
não existe evidências nas epístolas pastorais de que as mulheres estivessem
ensinando essas falsas doutrinas.
Se
efetivamente o maior problema está no engano, pode ser que Paulo desejava
sugerir que todas as mulheres fossem feito Eva e, portanto, mais fácil de serem
iludidas do que os homens, e por isso não deveriam estar ensinando aos homens!
Muito embora tal interpretação não seja impossível, cremos que seja improvável,
pois ela não combina com o contexto, Paulo está preocupado em proibir as
mulheres de ensinar aos homens na igreja; focando no desemprenho dos papeis.
Eva foi engana pela serpente, quando tomou a iniciativa independente do homem
que Deus havia dado para estar com ela e cuidar dela. Da mesma forma, se as
mulheres da igreja em Éfeso proclamassem sua independência dos homens da
igreja, recusando-se em aprender em silêncio, com toda a submissão, buscando
papeis que foram dados aos homens na igreja, elas caíram no mesmo erro que Eva
cometeu e trariam desastres semelhante sobre si mesmas e sobre a igreja.
Se
deve ter bastante cuidado com a interpretação dos versículos 12 e 14 para que
não se perca de vista o que diz o versículo 13 que prever a primeira razão para
a proibição do versículo 12 onde Paulo diz que primeiro quem foi criado foi o
homem e depois a mulher na linguagem original do texto Sagrado fatos temporal é
intensamente marcante. Qual o motivo dessa afirmação? Simplesmente que a
prioridade do homem na criação indica sua condição de liderança em detrimento
da mulher, esta criada posteriormente ao homem com a função de auxiliar, fator
que demonstra em qual posição o Senhor deseja ver a mulher em relação ao homem,
em submissão, e essa é violada quando a mulher exerce autoridade sobre este ou
ensina doutrina.
Paulo
inteligentemente explica e fundamenta as proibições nas circunstâncias da
criação, e não nas circunstâncias da queda do pecado. Paulo explica que não
considera estas restrições como fruto de uma maldição “que noutra oportunidade
ele demonstra que foram desfeitas com a redenção” Paulo não faz referência a
situação local, mas sim a criação como base para as proibições, muito embora,
os problemas culturais e locais tenham colaborado para influenciar o contexto
da proibição, estes não seriam basicamente a base da sua argumentação mas sim o
que preleciona no versículo 12 quanto ao desempenho dos papeis do homem e da
mulher e com base desses argumentos pode-se defender que enquanto esses motivos
forem verdadeiros essas proibições são plenamente aplicáveis aos dias atuais.
O
segundo ponto de vista nos qual nos propusemos indicar neste trabalho em
relação a defesa dos que creem e defendem a não aplicabilidade do proibitivo de
Timóteo e Paulo em relação ao ensino e ao exercício da autoridade pela mulher,
temos os que defendem que o versículo 12 está confinado a uma situação local e
portanto limitada, indicam os defensores dessa tese que Paulo ordenou que as
mulheres não ensinassem nem exercessem autoridade sobre homens, porque tais atividades
seriam consideradas ofensivas a grande maioria das pessoas em Éfeso.
Fundamento
que não se coaduna com o que efetivamente Paulo menciona nas epístolas
pastorais, o apóstolo diz que os cristãos deveriam evitar comportamentos que
traiam má fama ao evangelho e como já dissemos neste
estudo, os falsos mestres estavam disseminando ideias antitradicionais acerca
do papel das mulheres. Uma pergunta não pode deixar de ser feita diante desse
fato, ao reagir contra tal ensino, Paulo restringe as atividades das mulheres
apenas porque tais atividades seriam ofensivas a essa cultura? Cremos que não,
pois não há referência no contexto de 1Tm 2.11-12, a uma preocupação com a
acomodação cultural, ao contrário Paulo apela para a ordem da criação, uma
manifestação transcultural como base inequívoca para o comportamento.
Cremos
que Paulo estava corrigindo perspectivas erradas sobre o local correto da
mulher e de forma acentuada em relação ao ensino dos falsos mestres, no
versículo 12 Paulo reafirma sua posição costumeira de que em qualquer igreja as
mulheres não deveriam ensinar nem exercer autoridade dobre homem, observa-se
que ele precisou bastante claro com relação a esses ensinamentos, porque a
questão tornou-se um problema na igreja em Éfeso.
3.2 O
importante papel da mulher
Não se pode deixar de
falar neste modesto trabalho sobre o versículo 14 do capítulo 2 de 1 Timóteo
que diz assim: “Todavia, será preservada através da sua missão de mãe, se elas
permanecerem em fé e amor e santificação, com bom senso”. Ainda que a
compreensão desse versículo carregue um certo grau de dificuldade, ele conclui
o parágrafo e compreende-lo faz-nos ter uma melhor compreensão sobre os demais.
Uma
interpretação do versículo 15 do mesmo capítulo, ensina que Paulo promete que as
mulheres serão resguardadas fisicamente durante o parto. Não obstante, este é
um sentido incomum para a palavra salvar, que e outros momentos se refere a
salvação, outra coisa, essa interpretação não se encaixa bem com as
qualificações que se seguem: “ se permanecerem em fé e amor e santificação, com
bom senso”. A quem encontre no versículo 15 uma referência ao nascimento de
Cristo, entretanto compreendemos melhor ver o versículo 15 com a designação das
circunstâncias em que as mulheres cristãs experimentarão sua salvação. Ou seja,
elas serão salvas ao manterem como prioridade aquilo que Paulo enfatiza como
ser fiel, esposas úteis, criando os filhos para que amem e temam a Deus e
cuidando do lar
isto não quer dizer que as mulheres não podem ser salvas a menos que tenham
filhos. As mulheres a que Paulo se dirige são casadas, por isso ele menciona o
papel central de ter filhos e cria-los como uma forma de descrever o papel
feminino.
Provavelmente
Paulo defende isso porque os falsos mestres lecionavam que as mulheres só
poderiam experimentar o que Deus tinha preparado pra elas se saíssem de suas
obrigações de mulher e ganhassem a independência do marido, assumindo assim
papeis de ensino e liderança nas igrejas, se essa interpretação está em
consonância com a Bíblia então o versículo 15 se encaixa perfeitamente com a
ênfase que temos visto neste contexto contra a tentativa dos falsos mestres de
fazer as mulheres em Éfeso adotarem atitudes e comportamentos antibíblico,
Paulo reafirma o modelo bíblico da mulher cristã, adornada de boas obras (em
vez de ornamentos externos e sedutores), aprendendo com submissão, evitando
assumir posições de autoridade sobre homens, dando atenção aos papeis para os
quais o Senhor as chamou.
CONCLUSÃO
Neste
trabalho buscamos analisar diversos pontos contestáveis quanto a ordenação
feminina, bem como analisar fatos em que poderia se abrir interpretações
ambíguas quanto a aplicabilidade do texto de Paulo e Timóteo a realidade atual,
porem o ponto crucial de se tentar limitar a aplicação do texto que proíbe a
mulher ensinar e exercer cargo de autoridade sobre homem estar no capítulo 2.12
de 1Timóteo. Onde prima facie pode-se perguntar se qualquer ordem pode ser
aplicada para além do fato específico levando-se em consideração o aspecto
cultural da época em que foi expedida determinada ordem ou recomendação. Para
se chegar a uma resposta falaciosa é necessário que se verifique com cuidado,
não sugerindo meros fatores locais ou culturais que possam restringir a
aplicação de um texto, essa metodologia pode ser aplicada a qualquer ramo da
ciência humana, porém em termos de Bíblia não se pode aplica-la sob pena de ser
descartável toda a Escritura. No caso de 1Tm 2.12 diversos fatores locais têm
sido levantados, tais como indicar como fator impeditivo da mulher ensinar o
mero despreparo doutrinário e ou não se permitir apenas porque a cultura de
determinado povo ou comunidade não admitir, alguns doutrinadores defendem essa
tese dentro de um juízo de conveniência e oportunidade e não há como pensar
diferente quando buscamos na Bíblia fundamentação sobre a insatisfação de
judeus quanto a possibilidade de a mulher ensinar ou não, seria de certo
duvidável qualquer forma de interpretação que não tivesse por base as
Escrituras, sem o aval do texto efetivamente fica difícil defender em termos de
Teologia tais ideias.
A
Bíblia contém um sem número de ordens que não se aplicam nos dias atuais como
por exemplo o que está descrito em 1 Coríntios 16.20. Conduto, a diferença
principal entre tal texto o que diz em 1Timóteo 2.12 é que as atividades
desenvolvidas neste livro são transculturais, ou seja, são princípios
permanentes da igreja cristã e as proibições elencadas em 1Timóteo 2.12 estão
baseadas na teologia. Quando associamos que o ensino do Novo Testamento é
consistente, não podemos deixar de concluir que as restrições impostas por
Paulo são válidas para os cristãos em todos os tempos e lugares.
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